sábado, 31 de agosto de 2013

MOMENTO ESTÁGIO




Na experiência de regência pude constatar o quando é difícil mediar conhecimentos para um público adolescente. Um dos motivos da dificuldade está na apatia que os alunos têm pela leitura e pela escrita monográfica. Esse último é compreensível, visto que, depois da tecnologia digital, o uso da escrita manual é um fardo. Entretanto, ainda temos que usá-la, pois os recursos que o governo oferece não contempla uma didática evoluída, como as usadas em países desenvolvidos, onde cada aluno tem seu computador. Sabemos que o aprendizado se dá pela prática, ou seja, aprendemos ler lendo e escrever escrevendo, mas como praticar algo que não gostamos?
Partindo deste pressuposto, podemos afirmar que a prática de linguagem oral e escrita só terá sentido se tiverem relação interacional, funcional e discursiva. Uma atividade interativa acontece quando há trocas de experiências, mas como trocar experiências numa turma onde a sala é formada por constantes grupos? Onde cada pessoas se fecha dentro do seu mundo. Se uma visão interacionista supõe, encontro, parceria, envolvimento entre sujeitos, a proposta interacionista não surtiu efeito na classe que estagiei. Foram várias propostas de envolvimento, uma delas aconteceu na primeira aula, com a dinâmica do “Pirulito”, só que o doce do pirulito não conseguiu durar muito tempo.   Sem falar da proposta do projeto portfólio “Exagerado”, seríamos um exagero de conhecimento, seríamos. Um projeto que começou com vinte alunos e foi concluído com apenas cinco. Com o desanimo da turma pelo projeto fiquei preocupada e fiz a proposta de outro projeto, para os que não queriam o Portfólio. Propus uma “Análise literária”. A metade da turma saiu do Portfólio. Até aí tudo bem. Tudo bem nada. Dos dez, só três contemplaram a proposta. Diante dos relatos me pergunto: O que de fato teria despertado a relação interativa, funcional e discursiva desta turma? Acho que nem eles mesmos saberiam responder isso. Uma coisa eu tenho certeza, trabalhar com adolescentes é muito complicado e requer uma didática mágica, algo que só temos em contos de fadas.
 Os objetivos propostos pelos PCNs levam em conta a multiplicidade das práticas sociais que se desenvolvem em torno da escrita e da leitura, trazendo para a sala de aula práticas que não só se desenvolvam na esfera escolar, mas em outras esferas do cotidiano. É neste sentido que se torna necessário o uso do conceito de transversalidade entendida como “[...] fatos e situações marcantes da realidade” do aluno aliada a ideia de gêneros (PCN:1998, p.35) que tem por objetivo cumprir, se não integralmente ao menos em boa parcela, aquele que se entende ser o objetivo do curso Língua Portuguesa no contexto escolar: formar alunos que dominem a norma padrão da língua e gramática, além de levá-los a ler/produzir com relativa facilidade diferentes gêneros textuais reais e, mais que isso, formar cidadãos que participam participando (PCN: 1998,p.37). Infelizmente está imposição dos PCNs é uma utopia, afirmo isso tendo como base minha experiência docente, pois descobri que por mais que coloquemos objetivos e metodologias produtivas, a produção só acontecerá se o aluno sair do meu mundo individual.
 



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