sábado, 25 de fevereiro de 2012

Meu girassol-margarida

Meu girassol-margarida
O girassol não precisa ser grande para ser belo, pois grande ou pequeno ele é um girassol. Plantei uma sementinha de girassol, reguei-a todos os dias. Até vê-la germinar. Em poucos dias, meu girassol já estava bem crescidinho. Mas houve um dia que eu não reguei. Então, ele reclamou. Ficou com suas folhinhas todas murchinhas, murchinhas. Fiquei desesperada, porque achei que havia perdido todo meu trabalho de um mês. Senti-me egoísta com esse pensamento, já que pensei só no meu trabalho. E aquela vida, não tinha importância? Imediatamente, levei-o até a torneira e encharquei-o tanto que ele fez xixi, rsrrs. No dia seguinte, lá estava ele novamente cheio de vida. Fiquei tão feliz pelo sucesso dos primeiros-socorros prestados àquela plantinha, que quase chorei, quase. Depois daquele dia nunca mais deixei de molhá-lo. Ainda mais quando observava que a cada dia crescia, crescia e crescia. Quando ele colocou um botaõzinho pulei de alegria. A minha ansiedade também crescia, crescia e crescia, porque queria saber o seu tamanho. Como o vaso era pequeno, igual aquele que vem plantado as violetas, imaginava-o do tamanho de uma margarida. Que engraçado, um girassol- margarida, ou uma margarida-girassol. Não importa.  AH! Como precisei ser paciente. Parecia até que estava sendo testada. Mas valeu a pena. Agora ele está embelezando a minha casa, a minha vida, a minha alma. Sendo elogiado, sendo paparicado, sendo dengado, sendo amado. Sim, amado, pois quem ama cuida, protege, defende e rega todos os dias. Psiu! Eu disse todos os dias.
Meu girassol é pequeno, mas para mim ele é enorme, pois descobrir que sua sementinha mesmo não tendo muito espaço para mostrar sua enorme beleza, mostrou a sua pequena enorme beleza. Beleza inigualável de uma vida colorida de verde e amarelo .Amarelo ouro, amarelo sol, amarelo. Não sei quantos dias durará. Só sei que valeu a pena toda a minha dedicação. Posso até repetir como o Ira “Como eu sou GIRASSOL você é meu SOL”, mas não com ira.
Meu girassol não precisa ser, ele é... Ei-lo aqui.




sábado, 11 de fevereiro de 2012

Rosa Bucólica


Todos os dias, como de costume, Rosinha acordava e abria a janela de seu quarto para que os raios do sol penetrassem nele. Mas na verdade, aquela rotina, nada mais era do que um ritual de “bom dia vida”. Bom dia a uma vida cheia de incertezas e expectativas, por algo que nem mesmo ela sabia o quê. Naqueles dias Rosinha estava com o coração angustiado, apertado, sentindo-se melancólica. Sua mente girava a mil por hora. Por isso, naquele dia resolveu mudar um pouco a sua rotina. Olhou-se no espelho e conversou com sua imagem refletida no mesmo. – Coragem mulher, coloca um corretivo nessas olheiras, causadas pelas noites em claro. Fique bonita, pois ninguém tem a obrigação de te ver assim tão pra baixo, liberte-se  desses seus sentimentos  bucólicos. Faça algo diferente hoje. Uma lágrima rolou do seu rosto, enxugou-a. Desceu as escadas e foi contemplar o seu jardim. Fixou o seu olhar para o pé de roseira, haviam ainda duas rosas vermelhas. Uma delas já estava quase se despetalando, mas ela não teve coragem de tirá-la. Começou a pensar na importância das flores para os beija-flores, insetos, etc. Analisou o lindo trabalho dos beija-flores e borboletas na polinização, contribuindo assim, para a continuidade das espécies vegetais. Concluiu que tudo que existe neste mundo não é por acaso. Um depende do outro e ás vezes um tem que morrer para o outro nascer. E observando a roseira viu que uma das flores estava com as pétalas velhas e ressecadas. Se sentiu  como aquela flor, que um dia foi admirada, cheirada, mas que agora estava ameaçada até mesmo por um simples vento, ou um sopro. O sol começou a queimar sua pele e incomodá-la, mas ela não foi para a sombra, pois precisava sentir aquele calor penetrando sua pele, queimando suas células, naquele momento nem se importou com o tal câncer de pele. Queria mesmo era sentir-se como uma planta que necessita do sol para a realização da fotossíntese.  Algo precisava ser queimado dentro de si. Sabia que o mesmo sol que ilumina e aquece a terra, também pode matar com seu fogo ardente. Mas naquele instante precisava matar esse sentimento de abandono. Abrir seu coração e deixar os raios fazer uma quimioterapia em todo seu ser. Precisava voltar a sentir a alegria de viver. Acordou dos seus pensamentos e voltou-se novamente para a rosa, viu que uma pétala havia se soltado. Ficou triste, pois imaginou seu jardim feio, vazio. Entrou, ligou a TV, e enquanto tomava seu breakfast ficou olhando em direção a mesma. Mas só olhando, porque sua mente estava muito longe. Talvez pensado nas filhas, marido, amigos, colegas, em si mesma. Ou naquela pétala caída??? O telefone tocou, ela não atendeu, por temer ser alguém indesejado, como algum operador de tele marketing. Voltou ao jardim. Ao se aproximar, notou que a pétala não estava mais no mesmo lugar, foi olhando em volta e viu a pétala sendo carregada por várias formiguinhas. Pensou. Vou acabar imediatamente com essa festa das formigas. Já estava com os pés em cima da pétala. Parou, pois um beija-flor tentava sujar o nectar da flor mais jovem. Uma lágrima rolou mais uma vez de seus olhos. E isso lhe fez refletir também sobre sua existência. Como se achou egoísta e desumana. Naquele momento, refletiu. Aquela pétala não serva mais para aquela roseira, pois está sem cor, sem cheiro, sem vida, mas serve para quem precisa dela. “Essa pétala sou eu”.
                                                                    (Carmem Almeida)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

SENSATEZ

Não vale a pena viver em função do revide. Somente a força do bem consegue se opor com êxito à força do mal. Mesmo que um diabinho fique te tentando para a vingança, não o escute. Não vá nessa que a vingança é um prato que se come frio. Isso é bla!bla!bla. Vingança é algo que nos deixa de cabeça quente, com ânsia de vômito. Então, jogue pra fora logo, imediatamente. Se não, você correrá o risco de engasgar ou até mesmo morrer por algo que você mesmo guardou dentro de si.  (Carmem Almeida)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Minha pequena Eva

Para muitos ela é Évely, para alguns Bibi; para sua bisa, Titio; para seu avô Jorge, Eva. A sua vovó Dinha (in memória) tinha a mania de colecionar seus vestidinhos, e com toda razão, pois eram lindos. Quando usava, alguns lhes chamavam de “corpinho de mulher”. Mas para mim ela é a mistura disso tudo. Desde criança, ela já demonstrava sua personalidade forte. Dizem que fisicamente, se parece com a mãe. Se for realmente verdade, a mãe deve ser bonita. Dizem também que ela é muito ansiosa, isso deve ter herdado da bisa. Quando morava perto de sua bisa, comia seus bolinhos de feijão, para fugir das verdurinhas que sua mãe preparava. Fato esse, que a transformou em uma feijuóloga ( neologismo atribuído a pessoa que é viciada em feijão).  Dentre suas qualidades, a que mais de destaca é sua capacidade de conquistar a todos do seu convívio afetivo, desde ao mais novo butãozinho de flor da família, Clarinha, até a mais antiga árvore, que já deu muitos frutos, vovô Jorge.  Outra qualidade dela é seu amor por animais, principalmente os cães. Se os seus pais permitissem sua casa seria um canil. Mas por enquanto, Minnie e Nego, está bom demais. Ela também é uma ótima amiga, sabe guardar segredos como ninguém.  Hum! E a vaidade. Será que herdou de quem? Com certeza da sua irmã, Gê, pois ela desde pequena tenta imitá-la. Para que você tenha uma idéia do quanto ela é vaidosa, basta olhar suas fotos de anos atrás. Cada tempo ela está com uma cor de cabelo diferente. Parece até uma camaleoa. Já foi ruiva, loira e agora está com os cabelos castanhos, mas já está pensando em voltar à cor de origem. Sem falar das cores que pinta as unhas, um verdadeiro arco-íres. Falando em arco-íres, essa garota tem uma cabeça super aberta para as diferenças existentes do mundo que a cerca. Em suma, eu sou fã número um dessa Évely, Eva, Titio, Bibi. Mas chega de babar o saco dela e vamos ao que interessa.
Hoje é uma data muito especial para Évely e todos aqueles que a amam, pois é o dia do seu aniversário. Com certeza Deus está derramando muitas bênçãos  dos céus sobre ela. (Mamãe Carmem Almeida)


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Desabafos


Se tem uma coisa que deixa a mulherada puta da vida é a falta de respeito do “homem sacana”. Considero homem sacana, aquele que faz a sua companheira ficar invisível em certos momentos, principalmente se passar uma gostosa. O filho da puta não consegue disfarçar o animal que morra dentro dele. Tem uns homens tão sem noção, do mal que está causando para eles próprios, que não conseguem controlar a língua  e falam: ô maluuuuco. Se eles conseguissem ler os pensamentos da mulher que está ao seu lado, pensariam mil vezes antes de cometerem esse tipo de delito, rsrrsrs. Fico pirada quando uma mulher deixa transparecer seu ciúme por um cafajeste desse. Entretanto, também tem umas mulheres que não conseguem controlar sua língua e falam: tá vendo essa gostosa aí? deve ser uma puta. Mulheres sejam superiores a essa classe  de homens desprezíveis. Não permitam que eles percebam sua indignação e arrependimento por não ter escolhido um "gentleman" para amar. Ah! E o mais importante, saiba dar o troco com muita classe, pois eles precisam aprender a nos respeitar.
                                                                                  (Carmem Almeida)

Sob o Efeito de Um Olhar

                                  
                                        
Hoje eu quero a companhia preciosa do amor,
O velho amor,
Roupa leve e colorida como a aura do amor,
O novo amor
A atmosfera limpa como a essência do amor,
O puro amor
E um pôr-de-sol dourado
Que eu conheço quando estou
Apaixonado...
O universo vai se abrir
Sob o efeito de um olhar
Em cada espuma que morreu na areia
Em cada estrela alva que nasceu
Em cada ave que voou
No céu a lua
Especialmente pra nós
A noite feita
Pra sonhar...
Sentindo o vento
Nos acariciar
Em nossa boca
A água e o sal do mar...


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fala Caio


“Tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.”
           (fragmento de uma carta de Caio para seu amigo Zézim)
                                                      http://semamorsoaloucura.blogspot.com/2006/11/carta-ao-zzim.html

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O MIEDO


                                          Tela de Salvador Dalí “Ballerina in Death’s Head, 1939”



Interpreto o medo nesta obra de Salvador Dalí, como algo que nos leva a observarmos  as partes de. A primeira imagem que nos vem à mente, é a caveira, simbolo da marte e morte remete a medo. Quando começamos a observar as par um todotes, sentimos uma alegria imensa, porque visualizamos uma bailarina, é algo mágico.  O medo visto por esse ângulo é  um sentimento que nos faz parar e enxergar tudo ao nosso redor. Desta forma, o medo é bom, pois ele nos faz refletir sobre o bem e o mal.

       Gosto muito dessa música de Lenine, ela também fala sobre o "medo".



Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da
El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor
El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar


Quanta sabedoria  de dois artistas de séculos deferentes, porém iguais em suas sensibilidades artisticas.                 (Carmem  Almeida) 
 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Era uma vez...

Era uma vez...
“O destino conduz aquele que quer, e arrasta aquele que não quer”. Será verdade??? Quando falamos em destino lembramos em coisas que poderão ou não ocorrer, mas não podemos negar que as pegadas deixadas por aqueles que já passaram pelo caminho nos dão pistas que facilitará a nosso trajeto. E agora surge um questionamento. Mas por que o ser humano insiste em passar por caminhos desconhecidos? Será que somos teimosos como “chapeuzinho vermelho”, e não estamos enxergando “os lobos maus”, no decorrer do caminho? Justificamo-nos, que o lobo está disfarçado de cordeirinho. Hum! É aí que mora o perigo: lobos disfarçados. Então devemos analisar, com muita  atenção, as vantagens propostas pelo lobo. É por isso que o destino conduz aqueles que têm objetivos e arrasta os sonhadores. Os sonhadores não conseguem traçar metas, pois vivem no mundo das ilusões, “pela estrada a fora eu vou bem sozinha...”. Fica a dica: Substitua seus sonhos por objetivos e trace metas possíveis de serem realizadas, pois nem as criancinhas suportam mais a lábia do lobo mau, elas sentem o seu bafo de loooooooooonge. (Carmem Almeida)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Gosto do amor



Gosto do amor
Esse texto é muito especial, mas muito mesmo, pois irei falar de um tipo de amor único: “o amor de mãe”. Para começar, contarei para vocês como minha mãe me chamava, todas às vezes que eu estava com ela. Ela olhava para mim com um imenso sorriso e dizia:
_ “Oi, minha gostosa”.
 Confesso que eu não entendia o porquê dela me chamar assim. Só depois de não tê-la mais perto de mim é que eu entendi essa frase.
 Veja bem, o amor é realmente algo gostoso de sentir. Então, eu compreendi que o amor da minha mãe por mim, era uma antropofagia amorosa, ou seja, ela me amava tanto que queria assimilar tudo de mim, sem tirar nem por. Ela resumia todo seu sentimento na palavra “gostosa”. Como se estivesse falando: Filha, eu gosto de te ver, de estar com você, de te abraçar, de te beijar, de te cheirar, de te amar. Você sacia toda a minha fome de amor. Infelizmente, eu demorei um pouco para interpretar essa louca forma de usar a palavra “amor”, mas hoje compreendo perfeitamente, pois fui contagiada por esse amor canibal que alimenta a minha alma. Um amor sem explicação, “um amor maior que eu”, que nasceu em dias lindos de verão e ocupou a maior parte do meu coração, com seus nomes gravados “Gê e Évely”. Sei que tenho muitos vícios e posso me libertar deles. No entanto, meu maior vício é amá-las, pois sou completamente dependente desse amor. Ele é o alimento do meu viver. Prefiro morrer a deixar de sentir o “gosto desse amor”. Sem mais.
 (Carmem Almeida)